A
edição anterior do FAN foi a primeira a dar visibilidade à moda como uma arte
dentro do festival. A partir daí, houve oficinas de estética, turbante e seminário,
assim como uma capacitação para modelos. Naquele ano, apresentações de moda fecharam
o evento, mas o sucesso foi tanto que, desta vez, abriram o FAN 2013.
A
moda no FAN está longe de passar pelos estereótipos superficiais ou fúteis e se
sustenta principalmente no campo político e cultural, em especial, no caso da moda
afro-brasileira. Vale ressaltar, no entanto, que apesar de todo o referencial
histórico, essa arte está em constante diálogo com as questões do mundo atual, o
que a torna completa, já que une tradição e contemporaneidade.
Curioso
como o fortalecimento e a luta da moda nesse setor sofreram diversos
questionamentos, inclusive se havia ou não esse tipo de expressão, identidade.
Ora, desconsiderarmos essas criações será o mesmo que afirmar que nossa
influência passa apenas pela Europa. E é sabido que não é bem assim. Quando
usamos um turbante, não estamos simplesmente enfeitando a cabeça. Estamos nos
posicionando politicamente, reafirmando de onde viemos e qual é nossa
ancestralidade.
Atualmente,
é impossível não pensar na expressão da moda afro-brasileira, mesmo quando não
há eventos como o FAN. Para se ter uma ideia, quando foi feito o Seminário de
Moda Afro-Brasileira no FAN anterior, mais de 70 profissionais do Brasil se
inscreveram. Assim, é visível os tantos profissionais que atuam nessa área –
profissionais esses que,
além de vestirem seus clientes, também usam o que propõem. São pessoas que se
posicionam, uma vez que há opções para qualquer ocasião: alta-costura,
cotidiano, social, urbano, tudo.
(post escrito a partir de uma conversa esclarecedora com Makota Kizandembu Kiamaza, assessora de moda e coordenadora de manifestações populares do FAN-2013)
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